O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), ainda não anunciou publicamente sua decisão, mas, de acordo com apuração do jornalista Yuri Almeida, do site Atual7, tudo indica que ele permanecerá no cargo até o fim do mandato, em dezembro de 2026, sem antecipar a sucessão para o vice, Felipe Camarão (PT). A informação, ainda não oficializada, vem sendo repassada a aliados próximos após o retorno do governador de uma agenda institucional na Europa, onde se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo os rumores políticos, Brandão deve apoiar a candidatura do secretário estadual de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), seu sobrinho, na sucessão estadual. A articulação teria sido discutida com Lula durante o Fórum Econômico Brasil-França, em Paris, na última sexta-feira (6).
Como observou Robert Greene em As 48 Leis do Poder, 'nunca brilhe mais que o mestre' — Brandão parece seguir à risca essa máxima ao alinhar sua sucessão com Lula. Já no clássico O Príncipe, Maquiavel lembra que 'é preciso ser raposa para reconhecer as armadilhas e leão para aterrorizar os lobos' — estratégia que explica os cuidadosos movimentos do governador para manter seu grupo no poder sem provocar crises.
Fontes próximas ao governo afirmam que Brandão reivindicou o "direito de conduzir a sucessão", assim como fez o ex-governador Flávio Dino (atual ministro do STF). Lula teria concordado, mas destacou a importância de garantir espaço para aliados, como o senador Weverton Rocha (PDT), em uma das vagas ao Senado.
Outro nome cotado para o Legislativo é o do ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), que deve concorrer a uma vaga no Senado com o aval de Brandão. Apesar de não ter sido tratado diretamente com Lula, o movimento é visto como natural dentro da articulação política no estado.
A vaga de vice-governador deve ficar novamente com o PT, mas o nome ainda não está fechado. Na disputa interna, petistas defendem a indicação de Cricielle Muniz, diretora-geral do IEMA e aliada do ex-conselheiro do TCE Washington Oliveira. Porém, a articulação mais forte gira em torno da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), que pode retornar ao PT para compor a chapa.
Iracema, que já foi filiada ao partido, tem trânsito entre diferentes grupos e seria uma peça estratégica para ampliar a base de apoio. A decisão final deve ser tomada nos próximos meses, conforme as negociações avançam.
Apesar de não haver confirmação pública, os movimentos recentes deixam claro que Brandão optou por manter o controle da sucessão e evitar desgastes antecipados. A aliança com PT, MDB e PP reforça a estratégia de uma chapa ampla, enquanto a oposição ainda não apresentou um nome competitivo.
Se confirmada, a decisão deve consolidar Orleans Brandão como o principal nome do grupo governista, com o PT garantindo a vice e aliados ocupando espaços no Senado. A oficialização, no entanto, ainda depende de ajustes finais entre os partidos.