Uma nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, aponta um cenário desfavorável para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com aumento da rejeição entre grupos religiosos e avaliação negativa sobre sua gestão em comparação com mandatos anteriores.
Pela primeira vez no atual governo, a desaprovação de Lula entre os católicos superou a aprovação: 53% desaprovam sua gestão, enquanto 45% aprovam. Há dez meses, o cenário era inverso, com 60% de aprovação e apenas 37% de descontentamento.
Entre os evangélicos, a situação é ainda mais crítica: apenas 30% aprovam o governo, contra 66% de desaprovação – números estáveis em relação ao levantamento anterior, mas que reforçam a resistência desse segmento ao petista.
A pesquisa, realizada entre 29 de maio e 1º de junho com 2.004 entrevistados (margem de confiança de 95%), mostra que a taxa de desaprovação ao governo Lula subiu de 56% para 57%, a maior desde o início de seu mandato. A aprovação caiu de 41% para 40%.
Além disso, 44% dos brasileiros consideram o governo atual "pior" que o de Jair Bolsonaro (PL), enquanto 40% o veem como "melhor" e 13% avaliam ambos como "iguais". Quando comparado aos seus dois primeiros mandatos (2003-2010), 56% acreditam que o desempenho de Lula está inferior agora.
O estudo também revela que os descontos indevidos em benefícios do INSS afetaram a imagem do governo. Para 31% dos entrevistados, a atual gestão é a "principal responsável" pelo problema – um índice quatro vezes maior que o atribuído ao governo Bolsonaro (8%).
Outro dado preocupante para o Planalto é que 61% dos brasileiros acreditam que o Brasil está no caminho errado, sinalizando insatisfação com as políticas adotadas.
A pesquisa foi realizada pela Quaest, contratada pela Genial Investimentos, com entrevistas presenciais em todo o país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Os números reforçam os desafios do governo Lula para recuperar apoio em meio a crises econômicas e escândalos administrativos, especialmente entre eleitores religiosos, tradicionalmente mais alinhados ao PT.