Um levantamento realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revelou que os municípios de Marajá do Sena e Peritoró, no Maranhão, estão entre os três piores do país em qualidade de vida. O estudo, que analisou 55 indicadores distribuídos em três dimensões — necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades —, coloca o Maranhão como o segundo estado com o pior desempenho nacional, atrás apenas do Pará.

Marajá do Sena: isolamento e infraestrutura precária

Com pouco mais de 7 mil habitantes, Marajá do Sena ocupa a 18ª posição no ranking nacional, sendo uma das localidades mais críticas em termos de desenvolvimento. Entre os principais desafios enfrentados pelo município estão:

• Isolamento geográfico: cercado por morros e com estradas não pavimentadas, a cidade sofre com o acesso difícil, principalmente no período chuvoso, quando fica isolada por dias.

• Dependência da agropecuária: a principal atividade econômica é prejudicada pela falta de infraestrutura para escoamento da produção.

• Investimentos em melhorias: a prefeitura local afirma estar trabalhando na recuperação de estradas vicinais e na expansão da educação em tempo integral, além de contar com apoio do governo estadual para a conclusão da MA-323.

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Peritoró contesta resultados

Já Peritoró, que aparece na 19ª posição, contestou os dados do Imazon. A prefeitura declarou que os serviços oferecidos no município não refletem os resultados apresentados e garantiu que está implementando medidas para melhorar as condições de vida da população.

Maranhão entre os estados com pior desempenho

O estado maranhense obteve pontuação de 55,96 no Índice de Progresso Social (IPS), ficando à frente apenas do Pará (53,71). O estudo também destacou que as melhores condições de vida estão concentradas no Sudeste, enquanto as piores se localizam, em sua maioria, na Amazônia Legal.

Ranking nacional: Pará e Amazonas dominam lista negativa

Das 20 cidades com os piores índices, 12 estão no Pará, reforçando os desafios estruturais da região Norte. Uiramutã (RR) aparece em primeiro lugar, com a pontuação mais baixa (37,59). Confira as piores colocadas:

Desafios regionais exigem políticas públicas eficientes

Os dados reforçam a necessidade de investimentos em infraestrutura, educação e saúde nos municípios mais vulneráveis. Enquanto algumas localidades buscam melhorias, outras ainda enfrentam dificuldades históricas que demandam ações integradas entre governos estadual e federal.

O Imazon ressalta que, sem intervenções consistentes, a desigualdade regional tende a se perpetuar, mantendo milhões de brasileiros em condições precárias de vida.

Fontes: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), prefeituras de Marajá do Sena e Peritoró.