São Luís, MA – Nesta quarta-feira (28), foi protocolada na Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA) uma representação solicitando a abertura de processo disciplinar contra o vice-governador Felipe Camarão (PT). O documento, assinado pelo advogado Warllyson Fiúza – conhecido como "Fiúza Bolsonarista" – e pelo policial militar aposentado Fabiano dos Santos Brandão, alega quebra de decoro parlamentar após a divulgação de mensagens com supostos ataques misóginos e sexistas contra a deputada estadual Mical Damaceno (PSD).
Os autores citam o artigo 31 da Constituição Estadual, além de dispositivos do Regimento Interno da ALEMA e do Código de Ética e Decoro Parlamentar, para fundamentar o pedido. O documento foi endereçado diretamente à presidente da Assembleia, deputada Iracema Vale (PSB), e argumenta que as declarações atribuídas a Camarão ofenderiam a dignidade do cargo.
"Vêm à presença de Vossa Excelência, presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, apresentar Representação para abertura de processo disciplinar por quebra de decoro do vice-governador", diz um trecho do texto.
A entrega da representação ocorre um dia antes de Felipe Camarão assumir interinamente o governo do Maranhão nesta quinta-feira (29), durante uma viagem internacional do governador Carlos Brandão (PSB). O caso ganhou repercussão após a confirmação pericial de que as mensagens ofensivas teriam sido enviadas por Camarão em uma conversa com o blogueiro Victor Landim.
A deputada Mical Damaceno, alvo dos supostos ataques, ainda não se pronunciou publicamente sobre o pedido de processo disciplinar. Já o vice-governador, que já enfrentou críticas por polêmicas anteriores, não comentou oficialmente o assunto.
Cabe agora à Mesa Diretora da ALEMA analisar a admissibilidade da representação. Se aceita, o caso pode avançar para uma Comissão de Ética, que avaliará a conduta de Camarão. Caso seja comprovada a violação ética, o vice-governador pode sofrer sanções, incluindo censura pública ou suspensão de direitos parlamentares.
O episódio acende o debate sobre conduta de autoridades e deve alimentar as tensões políticas no estado, especialmente em um momento em que Camarão assume temporariamente o Executivo.
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