São Luís, MA – O Bradesco, um dos maiores bancos privados do Brasil, anunciou o encerramento de 16 unidades no Maranhão até junho de 2025, incluindo 10 agências e 6 postos de atendimento (PAs) em municípios do interior. A decisão ocorre mesmo após a instituição registrar um lucro líquido de R$ 16 bilhões em 2024, levantando críticas sobre a priorização de resultados financeiros em detrimento do atendimento à população.
As agências que serão fechadas estão localizadas nos seguintes municípios:
Arame
Sítio Novo
Campestre
Fortaleza dos Nogueiras
Santo Antônio dos Lopes
Matinha
Duque Bacelar
Icatu
Mata Roma
São Benedito do Rio Preto
Já os postos de atendimento (PAs) que serão desativados estão nas cidades de:
Axixá
Presidente Juscelino
Luís Domingues
Sucupira do Norte
São Félix de Balsas
Buriti
O Sindicato dos Bancários do Maranhão repudiou a decisão, destacando que, em várias dessas localidades, o Bradesco é o único banco disponível. A medida deixará milhares de pessoas, incluindo aposentados e pensionistas, sem acesso a serviços básicos, como saques, depósitos e pagamentos.
A entidade também lembrou que, quando adquiriu o extinto Banco do Estado do Maranhão (BEM), o Bradesco assumiu o compromisso de manter operações em todos os municípios onde o BEM atuava. Para o sindicato, o fechamento das unidades representa o descumprimento desse acordo.
Além do prejuízo à população, a medida deve afetar a economia local, já que o movimento nas agências impulsiona o comércio e gera empregos. O sindicato estima que dezenas de funcionários podem ser demitidos.
Diante do anúncio, o Sindicato dos Bancários convocou o Ministério Público, Procon, parlamentares e a sociedade civil para pressionar o banco a rever a decisão. A entidade classificou a medida como um "ataque cruel à população mais vulnerável", especialmente em um momento em que o Bradesco registra lucros bilionários.
Até o momento, o banco não se manifestou publicamente sobre as críticas, limitando-se a informar o cronograma de fechamentos. Procurada, a instituição não detalhou os motivos para o encerramento das unidades, nem se comprometeu com alternativas para manter o atendimento nas cidades afetadas.
Enquanto o Bradesco mantém sua decisão, comunidades e autoridades buscam soluções, como a abertura de correspondentes bancários ou a chegada de outras instituições financeiras para suprir a demanda. A situação deve se intensificar nos próximos meses, com possíveis protestos e ações judiciais contra o banco.
O fechamento de agências do Bradesco no Maranhão expõe um dilema entre eficiência financeira e responsabilidade social. Enquanto o banco celebra lucros recordes, milhares de maranhenses podem ficar sem acesso a serviços bancários essenciais, aprofundando desigualdades regionais. A pressão de sindicatos e órgãos públicos será crucial para definir o desfecho deste impasse.
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