Nesta quarta-feira (6), os mercados globais iniciaram o dia em alta volatilidade após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Com o republicano somando 276 votos no Colégio Eleitoral, superando a marca necessária de 270, as primeiras reações econômicas foram vistas em diversos ativos pelo mundo.
No Brasil, a Bolsa abriu com valorização de 0,11%, atingindo 130.661 pontos, enquanto o dólar apresentou uma alta significativa de 1,70%, sendo negociado a R$ 5,84. Esses movimentos refletem a expectativa de mudanças na política econômica americana e os impactos de um possível aumento da aversão ao risco em mercados emergentes, como o brasileiro.
As bolsas asiáticas fecharam antes do anúncio oficial, mas a possibilidade de vitória de Trump já estava no radar dos investidores. O índice CSI300, que acompanha as principais empresas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,5%, enquanto o índice de Xangai, SSEC, apresentou leve queda de 0,09%. Em Hong Kong, a reação foi mais acentuada, com o índice Hang Seng caindo 2,23%. Trump indicou que aumentará tarifas sobre produtos chineses, o que pode intensificar tensões comerciais e prejudicar o comércio entre as duas maiores economias do mundo.
O dólar americano valorizou-se frente a várias moedas. Em relação ao iene, a moeda subiu 1,57%, enquanto frente ao euro, o ganho foi de 1,69%. O índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de divisas, registrou alta de 1,58%. Esse fortalecimento reflete a expectativa de políticas protecionistas e de estímulo à economia doméstica prometidas por Trump, que também podem levar a uma pressão inflacionária.
Os títulos de dois anos do Tesouro americano viram seus rendimentos subirem para 4,1972%, enquanto o rendimento dos títulos de 10 anos caiu levemente, para 4,2888%. Segundo John Higgins, economista-chefe da Capital Economics, os investidores estão preparados para mais volatilidade no mercado de títulos, que tende a reagir a possíveis mudanças nas políticas monetárias do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
A criptomoeda Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica, sendo negociada a US$ 75.120, com alta de 8,63%. No Brasil, o Bitcoin apresentou valorização de 11,89%, cotado a R$ 446 mil. A criptomoeda, que é vista como alternativa ao dólar em momentos de incerteza, continua em alta, especialmente com a possível criação de uma criptomoeda própria pelo governo Trump, como já sinalizado pelo republicano.
Os contratos futuros dos principais índices de Wall Street mostraram otimismo. Durante a madrugada, o S&P 500 registrou alta de 2,28%, o Nasdaq subiu 1,85%, e o Dow Jones apresentou valorização de 2,74%. No mercado mundial, o MSCI World Index subiu 1,1%.
Na quinta-feira (7), o Federal Reserve anunciará sua decisão sobre a taxa de juros dos EUA, com o mercado aguardando possíveis cortes para estimular a economia americana. As políticas fiscais e comerciais de Trump, focadas em corte de impostos e restrições comerciais, tendem a moldar o panorama econômico nos próximos anos, aumentando as expectativas dos investidores.
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