Durante participação no famoso podcast "Sai da Lama, Jacaré", o vereador Mário Assunção, uma das figuras mais influentes do alto clero caxiense, surpreendeu ao levantar, sem ser provocado, um tema delicado. Sem ter sido questionado, Assunção afirmou: "Pessoas de má índole perguntam como eu comprei isso tudo.", referindo-se aos prêmios que tradicionalmente sorteia do dia do trabalhador.
O vereador parece esquecer que, ao ocupar um cargo público, é natural — e saudável — que a população exerça seu direito de questionar e fiscalizar. Perguntar sobre a origem de recursos utilizados em ações públicas, como sorteios, não caracteriza má índole, mas sim um exercício legítimo da cidadania.
A fala, vinda de maneira espontânea, chamou a atenção. Afinal, ninguém no momento havia feito qualquer pergunta sobre a origem dos recursos usados para a compra dos presentes. Mesmo assim, o vereador sentiu a necessidade de se antecipar, já rotulando como "de má índole" qualquer pessoa que, no futuro, viesse a levantar tal dúvida.
Inocente como um gato em cima do telhado quente, Mário parece ter lançado a frase como estratégia para inibir questionamentos legítimos. Vale lembrar que, como figura pública, é direito da população perguntar e saber a origem e o destino de recursos, principalmente quando eventos grandiosos envolvem prêmios de alto valor.
Ao invés de adotar uma postura de transparência e acolhimento às dúvidas, o edil preferiu generalizar as críticas, colocando em xeque a boa-fé de quem apenas busca esclarecimentos. Como se espera de quem ocupa cargo público —, Mário Assunção preferiu o caminho da antecipação e da crítica. A população, no entanto, não se intimida: perguntar é direito, responder com clareza é dever.