Na última quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a indicação do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) para o cargo de Ministro das Comunicações. A escolha ocorre após a saída de Juscelino Filho, que renunciou ao posto na última terça-feira (8) após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares.
A decisão foi tomada durante uma reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de líderes do União Brasil, como o presidente do partido, Antônio Rueda, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Ao final do encontro, a ministra Gleisi anunciou que Lula aceitou a sugestão do partido para a vaga.
A nomeação já havia sido adiantada pelo próprio presidente durante sua viagem a Honduras. A expectativa é que Pedro Lucas tome posse após o feriado de Tiradentes (21 de abril), período em que se afastará do mandato de deputado federal e permitirá ao União Brasil definir seu substituto na liderança da bancada, que é uma das maiores da Câmara, com 59 parlamentares.
Natural de São Luís (MA), Pedro Lucas Fernandes, de 45 anos, é formado em Administração com especialização em Planejamento Governamental. Sua carreira política está ligada a uma família influente no Maranhão: seu pai, Pedro Fernandes, foi secretário estadual de Educação e hoje é prefeito de Arame (MA), enquanto seus irmãos ocupam cargos no governo de Carlos Brandão (PSB).
Eleito vereador em 2012 e reeleito em 2016, Pedro Lucas assumiu em 2017 a presidência da Agência Executiva Metropolitana da Grande São Luís, indicado pelo então governador Flávio Dino. Em 2018, elegeu-se deputado federal pelo PTB, migrando depois para o União Brasil, partido pelo qual se reelegeu em 2022. Desde fevereiro deste ano, liderava a bancada do partido na Câmara, após ter sido vice-líder do governo no Congresso.
A nomeação ocorre em um momento de turbulência para o governo, após a denúncia contra Juscelino Filho. O ex-ministro é acusado de irregularidades em emendas parlamentares, o que acelerou sua saída e a necessidade de recompor o ministério. Agora, a expectativa é que Pedro Lucas dê continuidade às políticas da pasta, buscando estabilidade após o episódio.
A escolha reflete, ainda, a influência do União Brasil na base aliada, mantendo o partido em um cargo estratégico. Resta acompanhar como o novo ministro conduzirá os desafios da área, que incluem desde a modernização das telecomunicações até a regulação midiática.