Currais, Piauí — Uma descoberta reluzente está prestes a mudar o destino de uma pequena cidade no sertão do Piauí. Uma jazida de ouro com teor excepcional foi identificada na zona rural de Currais, município localizado no Vale do Gurgueia, e os números envolvidos são de tirar o fôlego: estima-se que o depósito mineral possa valer mais de R$ 4,2 trilhões, valor que supera o PIB de vários estados brasileiros somados.
A revelação, que já está sendo comparada a achados históricos como a Serra Pelada, coloca o Piauí no mapa da mineração de alto impacto e abre perspectivas de desenvolvimento econômico, geração de empregos e atração de investimentos para uma região tradicionalmente marcada pela agricultura de subsistência e pecuária extensiva.
O proprietário da área, o ex-vereador de Bom Jesus Luiz Rodrigues Filho, confirmou que as primeiras análises, realizadas por um laboratório especializado na Bahia, apontaram um teor de 89,62 gramas de ouro por tonelada de solo (ppm) — um índice considerado excepcional, já que depósitos com 20 ppm já são classificados como de alto valor.
Para se ter uma ideia do potencial, em uma tonelada de material extraído é possível obter quase 90 gramas de ouro puro. Com uma área estimada em 1.984 hectares e uma profundidade média de dois metros, os cálculos indicam a existência de aproximadamente 7.108 toneladas do metal precioso no local.
Com a cotação atual do ouro em R$ 591,33 por grama, o valor bruto da jazida ultrapassa R$ 4,2 trilhões, cifra que supera o orçamento anual da União e equivale a quase 20 vezes o PIB do Piauí.
Rodrigues Filho já obteve o alvará de pesquisa da Agência Nacional de Mineração (ANM), publicado no Diário Oficial da União, e garante que, se necessário, contará com o apoio da Polícia Federal para assegurar a integridade do local.
Apesar do entusiasmo, especialistas alertam que ainda são necessários estudos mais aprofundados para confirmar a viabilidade econômica da extração.
“Um alto teor não significa necessariamente que todo o material seja aproveitável. Fatores como logística, custos de mineração e impactos ambientais precisam ser avaliados”, pondera o geólogo Marcelo Costa, especialista em recursos minerais.
A descoberta em Currais não é um caso isolado. O Piauí já é conhecido por abrigar uma das maiores jazidas de diamantes do Brasil, em Gilbués, com estimativa de dois milhões de quilates. Além disso, o estado possui reservas estratégicas de níquel e cobalto, minerais essenciais para a indústria de baterias e tecnologia.
O Mapa Geofísico de Currais já indicava anomalias sugestivas da presença de ouro, mas a confirmação de um depósito dessa magnitude surpreendeu até os mais otimistas. Se explorada de forma sustentável, a jazida pode transformar o Sul do Piauí em um novo polo de desenvolvimento, atraindo empresas, infraestrutura e renda para a região.
Se confirmada a viabilidade da extração, Currais pode passar por uma revolução econômica sem precedentes. A mineração em larga escala tende a:
Gerar milhares de empregos diretos e indiretos;
Aumentar a arrecadação municipal e estadual;
Atrair investimentos em infraestrutura, como estradas e energia;
Fomentar o comércio e serviços na região.
No entanto, o desafio será equilibrar crescimento e sustentabilidade, evitando os conflitos ambientais e sociais que marcaram outros ciclos do ouro no país.
Enquanto isso, os olhos do Brasil se voltam para o sertão do Piauí, onde um tesouro enterrado pode escrever um novo capítulo na história do estado.
Fique atento: acompanhe as próximas etapas dessa descoberta que pode colocar o Piauí no topo da produção de ouro no Brasil.
Fontes: Agência Nacional de Mineração, análises laboratoriais, proprietário da jazida e especialistas em geologia.