A Polícia Federal acionou a Interpol para incluir o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha, instrumento utilizado para localizar e prender foragidos da Justiça em qualquer país. A medida foi tomada após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a prisão preventiva da parlamentar nesta quarta-feira (4).
A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), apresentado na última terça-feira (3), logo após ser confirmado que Zambelli deixou o Brasil. Além de solicitar apoio da Interpol, Moraes determinou o bloqueio do passaporte da deputada e ordenou que a PF adote todas as medidas necessárias para localizar seu paradeiro e comunicar as autoridades do país em que ela estiver, visando à extradição.
Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos e 8 meses de prisão, em regime inicialmente fechado. Ela responde por crimes contra o Estado Democrático de Direito, relacionados à invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ação criminosa contou com a participação do hacker Walter Delgatti Neto, que também foi condenado, a 8 anos e 3 meses de prisão.
Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes destacou que a fuga de Zambelli, logo após a sentença, comprova a necessidade da prisão preventiva. “A conduta da ré demonstra tentativa deliberada de frustrar a atuação da Justiça brasileira”, afirmou. O ministro também pontuou que há risco concreto de obstrução das investigações e da execução da pena.
Em nota à imprensa, Carla Zambelli classificou a ordem de prisão como "ilegal, inconstitucional e autoritária". Ela argumenta que a decisão não poderia ter sido tomada de forma monocrática, ou seja, por apenas um ministro do STF. Aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, a parlamentar já foi alvo de outras investigações envolvendo a disseminação de fake news e ataques às instituições democráticas.