Cultura Miguel Oliveira
Conselho Tutelar proíbe pastor mirim Miguel Oliveira de pregar em igrejas e ordena afastamento das redes sociais
O Conselho Tutelar determinou a suspensão imediata das pregações e postagens religiosas do adolescente Miguel Oliveira, de 13 anos. A decisão visa proteger seus direitos e garantir o retorno às aulas. A medida foi tomada após polêmicas envolvendo promessas de curas milagrosas.
30/04/2025 11h43 Atualizada há 14 horas
Por: Redação

O Conselho Tutelar de Carapicuíba determinou, nesta terça-feira (29), a suspensão imediata das atividades públicas do jovem pregador Miguel Oliveira, de 13 anos. A medida proíbe o adolescente de realizar pregações em igrejas e de postar conteúdo religioso nas redes sociais, além de exigir seu retorno às aulas presenciais.

A decisão foi tomada após uma reunião com os pais do garoto, Érica e Marcelo Oliveira, e o pastor Marcinho Silva, líder da Assembleia de Deus Ministério Avivamento Profético. Todos os eventos agendados para Miguel foram cancelados, e ele não poderá divulgar vídeos com promessas de curas ou revelações espirituais.

Polêmicas e críticas

Miguel ganhou notoriedade nacional nos últimos meses por mensagens religiosas e vídeos em que afirmava curar doenças como câncer, leucemia e pneumonia. Em um dos registros, o adolescente aparece rasgando supostos laudos médicos enquanto declarava: "Eu rasgo o câncer, eu filtro o teu sangue e eu curo a leucemia". As cenas, aplaudidas por fiéis, geraram indignação nas redes sociais, onde usuários acusaram o menino e seus responsáveis de explorar a fé alheia.

"Tão jovem e já aprendeu o caminho da enganação, brincando com a fé alheia", comentou um internauta. Outras críticas destacaram a falta de embasamento teológico nas pregações e a exposição precoce do menor.

Prioridade aos estudos

O Conselho Tutelar enfatizou a necessidade de Miguel retomar uma rotina compatível com sua idade. O pastor Marcinho Silva, que sempre defendeu a educação do adolescente, afirmou que a medida reforça a importância dos estudos e da convivência social. Ele também negou ter autorizado viagens do garoto sem acompanhamento.

Segundo relatos de pessoas próximas, Miguel resistiu à decisão inicialmente, pois desejava continuar pregando. "Ele não aceitou bem de início", revelou uma fonte.

Proteção ao adolescente

A ação do Conselho Tutelar busca evitar a superexposição midiática e garantir os direitos da criança e do adolescente, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Não há previsão para o retorno do jovem às atividades religiosas públicas.

Enquanto isso, familiares e líderes religiosos devem acompanhar de perto a readaptação de Miguel à vida escolar e social.