Maceió, 25 de abril de 2025 — O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, após o Supremo Tribunal Federal (STF) manter sua condenação a oito anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, que rejeitou os últimos recursos da defesa.
A prisão ocorreu por volta das 4h, conforme confirmado por seus advogados. Collor foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, onde aguarda os próximos passos do processo. A condenação, definida em 2023, é um desdobramento da Operação Lava Jato e está relacionada a um esquema de propinas na BR Distribuidora.
Collor foi acusado de receber cerca de R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014, em troca de favorecer contratos da estatal. O caso envolvia um acordo para a troca de bandeiras de postos de combustível. Originalmente, o STF estabeleceu uma pena total de oito anos e dez meses, além de 90 dias-multa.
Em junho de 2024, o ministro Dias Toffoli apresentou um voto divergente, sugerindo a redução da pena para quatro anos e 80 dias-multa no crime de corrupção passiva. No entanto, Moraes manteve a decisão original, levando à prisão do ex-presidente.
A detenção de Collor marca mais um capítulo na história de ex-mandatários condenados por corrupção no Brasil. Presidente entre 1990 e 1992, Collor renunciou ao cargo em meio a um processo de impeachment e, décadas depois, volta a ser alvo da Justiça.
Sua defesa ainda pode recorrer, mas, por ora, ele começará a cumprir a pena em regime fechado. A prisão reacende o debate sobre a impunidade de figuras públicas e a eficácia das investigações contra crimes financeiros no país.