O Papa Francisco faleceu na madrugada desta segunda-feira (21), aos 88 anos, em sua residência oficial no Vaticano, a Casa Santa Marta, em Roma. O anúncio foi feito pelo cardeal Kevin Farrell, emocionando milhões de fiéis ao redor do mundo. A morte do pontífice ocorre após um longo período de fragilidade na saúde, agravada por uma pneumonia bilateral diagnosticada em fevereiro.

Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, foi o primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica. Filho de imigrantes italianos, inicialmente formou-se em química, mas aos 20 anos optou pelo sacerdócio, dando início a uma trajetória marcada pelo serviço, pela defesa dos pobres e pelo diálogo com diferentes culturas e religiões.

Durante a crise econômica que assolou a Argentina em 2001, Bergoglio ficou conhecido pelo trabalho social e pela proximidade com os mais vulneráveis, consolidando sua reputação como um homem do povo. Sua eleição ao papado, em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, foi recebida com entusiasmo por fiéis que ansiavam por uma Igreja mais acessível, inclusiva e atuante diante das desigualdades do mundo.

Mesmo enfrentando limitações físicas — entre elas a perda parcial de um pulmão ainda na juventude — Francisco manteve uma agenda ativa durante seus mais de 12 anos de pontificado. Foi um reformador, buscou modernizar a estrutura do Vaticano, promoveu o combate aos abusos na Igreja, defendeu o meio ambiente com a encíclica Laudato Si' e incentivou o acolhimento de migrantes e refugiados.

Internado em fevereiro no hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, Francisco permaneceu cerca de 40 dias sob cuidados médicos após complicações respiratórias. Apesar da alta no fim de março, seu estado de saúde seguia delicado. No sábado (19), apareceu brevemente em público durante uma cerimônia na Basílica de São Pedro, e no domingo (20) fez sua última aparição, abençoando os fiéis na Praça de São Pedro durante a celebração da Páscoa.

Em sua última mensagem, o papa fez um apelo aos líderes mundiais para que enfrentem a fome e promovam o desenvolvimento com coragem e solidariedade: "Que não se deixem guiar pelo medo, mas pelo amor aos que mais precisam."

Com sua partida, a Igreja Católica se prepara agora para o início de um novo conclave que elegerá seu sucessor. O legado de Francisco, porém, permanece — como símbolo de um papado voltado à justiça social, ao diálogo e à misericórdia.