São Luís, MA – O Maranhão figura como o segundo estado com o maior número de famílias abaixo da linha da pobreza no Brasil, de acordo com um estudo divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, repercutido pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, em suas redes sociais, coloca o estado na penúltima posição do ranking, atrás apenas do Acre.
Os números mostram que 7,84% dos domicílios maranhenses têm renda per capita inferior ao limite estabelecido pelo Governo Federal para caracterizar a pobreza. No Acre, o percentual é ainda mais alarmante: 8,88%. Em comparação com os estados melhor posicionados, como Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal — todos com índices abaixo de 2% —, a situação do Maranhão é mais de quatro vezes pior.
Nordeste: Desigualdade regional
Entre os estados do Nordeste, o Maranhão só supera Pernambuco (7,68%), Sergipe (6,97%), Bahia (6,43%) e Alagoas (6,20%). Ceará (4,60%) e Rio Grande do Norte (4,77%) apresentam os melhores indicadores da região, evidenciando disparidades mesmo dentro de uma das áreas mais carentes do país.
Falta de políticas estruturais
Especialistas em desenvolvimento social apontam que os dados refletem a falta de políticas públicas eficazes para combater a pobreza histórica no estado. "O Maranhão precisa de investimentos em educação, geração de emprego e infraestrutura para romper esse ciclo", afirma a economista Cláudia Santos, pesquisadora em desigualdade regional.
O estudo faz parte do Ranking de Competitividade dos Estados, que avalia a proporção de domicílios em situação de vulnerabilidade econômica. Enquanto estados do Sul e Centro-Oeste avançam com indicadores sociais mais positivos, o Maranhão segue estagnado entre os piores colocados, reforçando a urgência de ações concretas para reverter o quadro.
O que diz o governo?
Procurada, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Maranhão afirmou que "está implementando programas de transferência de renda e qualificação profissional", mas reconhece que "os desafios são grandes e exigem esforço contínuo". Enquanto isso, milhares de famílias maranhenses continuam à espera de oportunidades que as tirem da pobreza extrema.
Perspectivas
Com a divulgação desses dados, aumenta a pressão por medidas eficientes para melhorar a qualidade de vida no estado. Se nada for feito, o Maranhão corre o risco de permanecer entre os últimos no ranking de desenvolvimento social do país.