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Maranhense que luta na guerra da Ucrânia sobrevive a bombardeio e tranquiliza família por vídeo
Rafael Paixão de Oliveira, natural de Imperatriz, escapou com vida de um ataque em zona de combate; ele luta voluntariamente na guerra contra a Rússia.
07/04/2025 14h07
Por: Redação

Imperatriz (MA) – Em meio aos escombros de um bombardeio em território ucraniano, o maranhense Rafael Paixão de Oliveira, de 29 anos, reapareceu vivo em uma chamada de vídeo que aliviou o coração da mãe, após horas de desespero. Natural de Imperatriz, ele deixou o Brasil em busca de novos caminhos na Europa e acabou recrutado como voluntário pelo exército da Ucrânia, onde atualmente enfrenta os horrores da guerra contra a Rússia.

O ataque aconteceu na quinta-feira (3) e, nas primeiras horas após a explosão, uma ligação vinda da zona de combate informou à família que Rafael não havia resistido. Do outro lado da linha, a mãe, Nêila Paixão, recebeu a notícia com incredulidade. “Foi como se o chão tivesse sumido. Me ligaram dizendo que ele tinha morrido. Meu coração parou”, contou ela.

Mas na manhã seguinte, o alívio: uma ligação oficial do comando militar ucraniano desmentiu a tragédia. Rafael estava entre os sobreviventes. Ferido no joelho e com um machucado na mão, ele conseguiu escapar com vida e entrou em contato direto com a família. “Ver o rosto dele naquela chamada de vídeo, mesmo em meio à destruição, foi como respirar de novo. Ele disse que estava vivo, que ia se recuperar. Foi um milagre”, disse Nêila.

Rafael abandonou o curso de Direito em uma faculdade privada de Imperatriz no segundo semestre de 2024, quando decidiu se mudar para a Holanda com a então namorada. O relacionamento não resistiu à mudança, e ao invés de retornar ao Brasil, ele optou por seguir em frente, aceitando o chamado de voluntariado no front ucraniano.

De acordo com dados divulgados pelo Itamaraty no início da guerra, mais de uma centena de brasileiros ingressaram nas fileiras ucranianas como combatentes voluntários em 2022. O número exato de brasileiros ainda atuando nas zonas de conflito é desconhecido, devido à complexidade da guerra e à ausência de controle oficial sobre voluntários estrangeiros.

Hoje, mesmo ferido, Rafael permanece no campo de batalha, prestando serviço militar. A família, que vive em São Miguel do Tocantins, município vizinho a Imperatriz, segue em vigília. “O medo ainda existe, mas saber que ele está vivo nos dá forças para continuar orando por sua volta”, desabafa a mãe.

A guerra continua a consumir vidas e esperanças, mas para Nêila, o reencontro virtual com o filho representou uma pequena vitória em meio ao caos.